lunedì 9 novembre 2009

Queiroz-o diplomata



Carlos Queiroz é um diplomata. Tem um estilo de comunicação sereno, mesmo que o que esteja a dizer seja uma barbaridade ou uma provocação mal disfarçada (normalmente ao Scolari).

Digo desde já que acho que o Queiroz foi o principal responsável pela geração de ouro do futebol português e pela mudança de mentalidade na selecção. Foi com ele, não com Scolari, que os adeptos começaram a apoiar mais a selecção, esquecendo a clubite. Lembro-me de ler (ou ouvir) uma declaração do selecionador na altura do apuramento (falhado) para o Mundial de 94, que preferia jogar na Escócia num estádio cheio de 30.00o adeptos rivais, do que em Portugal num estádio vazio, com meia dúzia de gatos pingados. Lembro-me que com os resultados conseguidos e o bom futebol (cujo auge foram uns 5-0 à Escócia) levaram a que, por exemplo, fossem 80.000 espectadores ver um Portugal-Estónia. Portugal precisava de gannar por 4-0, para bastar empatar em Itália no último jogo e apurar-se para o Mundial. Não me lembro se foi nesse jogo ou ainda antes, que "inventou-se" a camisola 12 da selecção, que era o público.

Não conseguimos o apuramento, mas o entusiasmo pela selecção ficou. No apuramento para o Euro 96, fizemos uma campanha brilhante, culminada com uma vitória por 3-0 sobre a Irlanda, na Luz. Nesse Europeu, já muitos portugueses (eu incluido), viamos Portugal como candidato ao título, coisa que meia dúzia de anos antes seria ridiculo de pensar. Dou o mérito principal desta mudança de mentalidades a Queiroz.

Na década que se seguiu, com excepção do desastre ambulante Artur Jorge, todos os seleccionadores conseguiram, com maior ou menor dificuldade chegar às fases finais de europeus e mundiais (com uma final e duas semi-finais).

Outro do mérito de Queiroz foi a aposta no jogador português, numa altura que se começou a importar estrangeiros e naturalizá-los quando chegavam ao aeroporto (bastava casarem com uma qualquer "profissional"). Os dirigentes, com o sucesso das selecções jovens, começaram a apostar mais nos jogadores portugueses e na formação.

Quando foi anuciada a contratação do Prof, pela F.P.F, fiquei contente porque pensei que iria ser reorganizada a formação das selecções jovens, de modo a que estas pudessem voltar a lutar por títulos, como foi seu apanágio nos anos 80/90.

O que Queiroz fez foi naturalizar Liedson, que tem 32 anos ,depois de dizer que quer renovar a seleçcão para o futuro. Apostar em jogadores que ninguém conhece (tipo Edinho) e que nunca irão fazer nada de mais. Ignorar os poucos jogadores com cultura de selecção e capacidade de liderança (Nuno Gomes, por exemplo). Chamar jogadores suplentes, depois de dizer que só ia chamar quem estivesse a ser utilizado pelos seus clubes (num claro "picanço" ao Scolari). Dar a braçadeira de capitão a um puto mimado, que nem sequer sabe defender os colegas. Enfim...
Com isto tudo, apenas fez com que grande parte dos portugueses se afastassem da selecção. Sobretudo com a convocação do Liedson, que vê-se claramente que não tem a minima identificação com Portugal (ao contrário, por exemplo do Pepe, que chgou com 17 anos e penso que seja casada com uma portuguesa). Qualquer dia temos 11 brasileiros naturalizados na selecção. Alguém vai sentir-se representado por uma selecção deste tipo?

Mas nem tudo é mau. Uma coisa boa já fez o bom do Carlos. Aquilo que seria impensável, sobretudo para quem vive em Espanha. Pôs o Real Madrid e o Barça de acordo!!!! Não acreditam? É só ler aqui e aqui.

Após este momento histórico de diplomacia, penso que o Prof deve ser a pessoa escolhida para resolver a questão Israel/Palestina.

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