giovedì 26 novembre 2009

Diário de Bordo-Budapeste (Parte I)

Nota Introdutória:
De 21 a 24 fiz uma viagem a Budapeste e Viena. Durante a viagem, fui escrevendo algumas coisitas num bloco, porque tenho uma memória cada vez mais fraca, e achei melhor ir escrevendo qualquer coisa para pôr no blog. Vou praticamente transcrever tudo o que escrevi, mas obviamente vou editar alguma coisa, sempre que achar necessário.


Escrito dia 21 por volta das 11h30:

Começou bem a estadia em Budapeste. Conheci um aeroporto de uma capital europeia sem Multibanco...espetáculo. Claro que nao tinha um tostao da moeda local! Felizmente tinha uns 50€ levantados na noite anterior, para o caso de precisar de apanhar taxi para o aeroporto (o vôo era às 7h00 da manha). Fui trocar o dinheiro e reparei que a taxa de câmbio era bastante diferente da que eu tinha visto na net. Bilhete de autocarro:1,30€. Chego à estaçao de Metro e compro 10 bilhetes de viagens (custaram tipo 12€), sendo que em Barcelona, para as mesmas 10 viagens bastam 7,70€! Depois de fazer a viagem até ao centro, vou para um café com bom aspecto, perto do hotel do género do Starbucks. Quando estava a "inspeccionar" a zona tinha passado por um restaurante bastante chique que tinha almoços a partir de 5,5€ e jantares a partir de 8,5€, por isso entrei no café "sem medos". Começo a ver preços: fatia de bolo de chocolate, 4€, café 1,8€. "Mas afinal estou em Budapeste ou em Barcelona?!" penso. Acabei por "pequeno-almoçar" um capuccino e um muffin de chocolate: 4€ tudo. Após esta surpresa passei a ter mais cuidado. Dos 40€ que tinha trocado, já só sobravam pouco mais de metade e só estou cá há 2h.
Esqueci-me de falar do Metro de Budapeste. É o mais 2º mais antigo da Europa e nota-se bastante. uma reformazita nao faria mal nenhum. Nas primeiras estaçoes nao se percebia onde estávamos porque nao havia indicaçoes com o nome das estaçoes. portanto só sabendo Hungaro para perceber o que a senhora que está a falar nos altifalantes. Mas a meio caminho já se viam indicaçoes da estaçao em que se estava. Bom, está-se bem neste café. Lá fora está um pouco frescote, mas pronto, vou sair.


Escrito dia 22 por volta das 19h:

Ontem fui dar uma volta ao centro. Estive numa praça central onde fazem um mercado de Natal, típico da Europa Central. neste mercado com barraquinhas de Madeira, vendem-se vários artefactos artesanais e comida típica feita na hora. Seria porreiro se eu percebesse o que é que era o quê. Mas deixei-me de preocupar com isso e fui ver os locais típicos de Budapeste:ZARA, HM, Pull&Bear, etc. Serviu para chegar à conclusao que os preços sao iguais aos de Barcelona. Ainda nao é desta que me vou sentir rico numa viagem (foi a mesma desilusao da viagem a Praga).

Mercado

Depois de vista a Zara, voltei para a zona do hotel, por outro caminho, mas sem me perder muito. Fui tirando umas fotos e por volta das 13h fui almoçar ao tal restaurante todo cócó que tinha visto antes, mas que tinha almoços a 5,5€. Entrei e ao ver o menú (que obviamente nao estava do lado de fora) vi que a única forma de comer por aquele preço era tomar uma sopa. Mas deixei que essa fosse "a refeiçao à séria" de Budapeste e escolhi 1º e 2º prato. De primeiro uma sopa que por acaso enchia bastante. Tinha carne, polvo e camarao! Uma mistura invulgar Mas que até era boa. O prato principal foi um frango recheado de queijo e fiambre acompanhado de vegetais e um molho qualquer. O molho era bastante enjoativo e acabei por só comer a carne e fiquei a abarrotar. Com uma cerveja a acompanhar, o valor da refeiçao foi tipo uns 20 €

Tempo para referir que a minha obsessao com os preços das coisas é um vicio que vem de longe. mais precisamente desde os tempos de Erasmus, em que se viajava o mais possivel, sempre a dúvidar se o dinheiro ia chegar até ao fim do mês. Depois disso fiz também algumas viagens, enquanto estudante, portanto sem grandes orçamentos, entre as quais uma de 22 dias, por 5 paises, 12 cidades em 22 dias, pela modica quantia de 600€, tudo incluido (sendo as viagens maioritariamente por aviao). Por isso o bicho da sovinice em viagem ficou, apesar de que quando estou em Lisboa ou Barcelona seja até um bocado gastador (pelo menos em comida e bebida). Espero ter lavado um bocado a imagem de Tio Patinhas.

Acabado o almoço fui para o hotel fazer o check-in, por volta das 14h30. A entrada do hotel era espetacular. Pequena, mas com uma decoraçao que parecia ser da 1ª metade do século XX (nao sei precisar a década). Como nao sou Eça de Queiroz para fazer descriçoes, digo apenas que aquilo tinha muito mármore negro e algumas cenas douradas.

Já estive nalguns hotéis antes (poucas, porque na maioria das vezes só viajo para cidades onde tenho estadia grátis) mas esta foi a 1ª vez que me levaram a mala para o quarto. Enquanto fazia o caminho para os meus aposentos pensei "como os tempos mudam, agora ando em hotéis de nível e tudo" (o que diga-se de passagem só foi possivel devido aos impressionantes descontos que se encontram em www.booking.com). Logo de seguida pensei "porra vou ter de dar uma gorjeta ao homem...quando é que se dá de gorjeta? Ainda por cima tenho de fazer contas para a moeda local. Porque é que este palhaço levou-me a mala? Nao sou nenhum aleijado!". Dei o equivalente a 2€. Nao sei se é muito ou pouco.

Hotel Astoria

Deitei-me um pouco para descansar (afinal de tudo só tinha dormido umas 3h30 e já tinha caminhado bastante durante a manha). Faço o plano do que ia ver o resto da tarde, ou seja a partir das 15h30. Fui ver a Sinagoga, que é enorme (a 2ª maior do mundo...está visto que o Paulo Bento tem raízes hungaros, sempre em 2º). Só via a Sinagoga do lado de fora, porque estava fechada. De seguida fui ver a Cadedral, que também é enorme. Mais uma vez nao entrei, porque estava fechada, o que nao me incomodou muito, porque desde o ano de Erasmus em Itália que é dificil eu ter grande interesse em entrar para uma igreja. Foi uma overdose muito grande.

Sinagoga


Catedral

Caminhei um pouco pela zona e vi alguns bares/restaurantes com bastante bom aspecto. O curioso é que nao vi meio termo: ou era tudo semi-chique ou semi-rasca.

Dirigi-me entao para a rua Andrassy, que é uma avenida enorme em que dá para perceber bastante o que foi e o que é Budapeste. É espantosa a qualidade das construçoes que se vê, acompanhado por uma falta de conservaçao gritante. Os prédios têm quase todos de origem uma côr clara (normalmente branco), mas estao todos pretos. As excepçoes sao o rés-do-chao, quando ocupados por lojas: Chanel, Armani, Cavalli, etc.

Nesta rua entrei na FNAC ládo sítio de seu nome"Alexandra", que tem um upgrade: vende vinho!! Ou seja leva a questao do entretinemento um passo mais além juntando aos livros, CD's e DVD's, a vinhaça. E as prioridades estao bem definidas, pois o vinho está logo à entrada!
No andar de cima tinha um café que parecia um salao de baile do Séc XVIII (se calhar era).

Seguindo pela avenida, a caminho da Praça dos Heróis, a partir de metade do trajecto começam a avistar-se moradias, deixando de se ver tantos prédios.

Praça dos Heróis

Tiradas as fotografias à Praça dos Heróis, segue-se para um castelo de seu nome Vajdahunyad. Nao sei porque é que se chama castelo, porque na minha terra aquilo chama-se "palácio".

Castelo

Tiradas as fotos da praxe, voltei de metro para o centro.


Ah...esqueci-me de dizer que a meio da avenida, numa rua prependicular havia imensos bares/restaurantes, todos com bom aspecto. Parece que sair para jantar ou beber um copo é nao é para todos (tendo em conta o salário médio da Hungria). Talvez esteja enganado, mas foi o que pareceu.

Entretanto já tinha escurecido (lá pelas 16h30).

Dizia eu que voltei de metro para o centro. Nesta linha de metro valea pena entrar, nem que seja uma vez. As carruagens de metro sao do tamanho de um eléctrico (daqueles pequenos que há em Lisboa, tipo o 28...vocês sabem do que eu estou a falar)- E há apenas duas carruagens!! As estaçoes sao antigas, mas relativamente bem conservadas o que dá um ar pitoresco à coisa.

Já no centro, bebi vinho quente, que é óptimo e uma ideia brilhate para combater o frio: tem o melhor do vinho (o alcoól) e o melhor do chá (é quente). Aproveito para fazer publicidade. Se quiserem beber vinho quente em Lisboa experimentem no Ogamico,
que fica na zona do Príncipe real.

Mais uma volta pelo mercado, mais umas lojas e a certeza que definitivamente Budapesta nao é barato (para aquilo que estava à espera).

Voltei para o hotel perto das 20h00, para descansar mais um bocado e lá para as 21h30 saí para comer alguma coisa pela rua e beber mais um vinhozinho, antes do retorno final, para o hotel (cerca das 23h00, mas o corpo dizia-me que eram umas 4h da manha, pelo pouco que tinha dormido).


To be continued

lunedì 9 novembre 2009

Queiroz-o diplomata



Carlos Queiroz é um diplomata. Tem um estilo de comunicação sereno, mesmo que o que esteja a dizer seja uma barbaridade ou uma provocação mal disfarçada (normalmente ao Scolari).

Digo desde já que acho que o Queiroz foi o principal responsável pela geração de ouro do futebol português e pela mudança de mentalidade na selecção. Foi com ele, não com Scolari, que os adeptos começaram a apoiar mais a selecção, esquecendo a clubite. Lembro-me de ler (ou ouvir) uma declaração do selecionador na altura do apuramento (falhado) para o Mundial de 94, que preferia jogar na Escócia num estádio cheio de 30.00o adeptos rivais, do que em Portugal num estádio vazio, com meia dúzia de gatos pingados. Lembro-me que com os resultados conseguidos e o bom futebol (cujo auge foram uns 5-0 à Escócia) levaram a que, por exemplo, fossem 80.000 espectadores ver um Portugal-Estónia. Portugal precisava de gannar por 4-0, para bastar empatar em Itália no último jogo e apurar-se para o Mundial. Não me lembro se foi nesse jogo ou ainda antes, que "inventou-se" a camisola 12 da selecção, que era o público.

Não conseguimos o apuramento, mas o entusiasmo pela selecção ficou. No apuramento para o Euro 96, fizemos uma campanha brilhante, culminada com uma vitória por 3-0 sobre a Irlanda, na Luz. Nesse Europeu, já muitos portugueses (eu incluido), viamos Portugal como candidato ao título, coisa que meia dúzia de anos antes seria ridiculo de pensar. Dou o mérito principal desta mudança de mentalidades a Queiroz.

Na década que se seguiu, com excepção do desastre ambulante Artur Jorge, todos os seleccionadores conseguiram, com maior ou menor dificuldade chegar às fases finais de europeus e mundiais (com uma final e duas semi-finais).

Outro do mérito de Queiroz foi a aposta no jogador português, numa altura que se começou a importar estrangeiros e naturalizá-los quando chegavam ao aeroporto (bastava casarem com uma qualquer "profissional"). Os dirigentes, com o sucesso das selecções jovens, começaram a apostar mais nos jogadores portugueses e na formação.

Quando foi anuciada a contratação do Prof, pela F.P.F, fiquei contente porque pensei que iria ser reorganizada a formação das selecções jovens, de modo a que estas pudessem voltar a lutar por títulos, como foi seu apanágio nos anos 80/90.

O que Queiroz fez foi naturalizar Liedson, que tem 32 anos ,depois de dizer que quer renovar a seleçcão para o futuro. Apostar em jogadores que ninguém conhece (tipo Edinho) e que nunca irão fazer nada de mais. Ignorar os poucos jogadores com cultura de selecção e capacidade de liderança (Nuno Gomes, por exemplo). Chamar jogadores suplentes, depois de dizer que só ia chamar quem estivesse a ser utilizado pelos seus clubes (num claro "picanço" ao Scolari). Dar a braçadeira de capitão a um puto mimado, que nem sequer sabe defender os colegas. Enfim...
Com isto tudo, apenas fez com que grande parte dos portugueses se afastassem da selecção. Sobretudo com a convocação do Liedson, que vê-se claramente que não tem a minima identificação com Portugal (ao contrário, por exemplo do Pepe, que chgou com 17 anos e penso que seja casada com uma portuguesa). Qualquer dia temos 11 brasileiros naturalizados na selecção. Alguém vai sentir-se representado por uma selecção deste tipo?

Mas nem tudo é mau. Uma coisa boa já fez o bom do Carlos. Aquilo que seria impensável, sobretudo para quem vive em Espanha. Pôs o Real Madrid e o Barça de acordo!!!! Não acreditam? É só ler aqui e aqui.

Após este momento histórico de diplomacia, penso que o Prof deve ser a pessoa escolhida para resolver a questão Israel/Palestina.